Definição de Fratura da eminência tibial

A fratura da eminência tibial ou intercondilar da tíbia é comumente vista na população esqueleticamente imatura e pode ser devida à acidente automobilístico, atividade esportiva ou queda.
Entretanto, ela pode também ocorrer em indivíduos esqueleticamente maduros. Nestes pacientes, geralmente é causada por traumas de alta energia e está associada a lesões em outras estruturas, como meniscos e ligamentos.

As fraturas por avulsão da espinha tibial são também chamadas de fraturas da eminência tibial ou fraturas por avulsão do Ligamento Cruzado Anterior. Acometem tanto a população pediátrica quanto a adulta, ainda que sejam muito mais frequentes nas crianças.

A espinha tibial é o local onde se prende o Ligamento Cruzado Anterior. Nestes pacientes, ao invés de o ligamento se romper, ele arranca um fragmento do osso onde está preso.A maior frequência destas fraturas em crianças se justifica pela maior fragilidade do osso nesta idade:

  • Nas crianças, a placa de crescimento ósseo, também chamada de fise de crescimento, faz com que o osso seja mais frágil do que o ligamento em sí. Assim sendo, a tendência é que, antes de o ligamento se romper, ele arranque um fragmento da espinha tibial.
  • Nos adultos, o osso é mais forte do que o ligamento, o que favorece o rompimento do ligamento.

Quadro clínico

História de trauma condizente com a fratura da eminência tibial. Associado com dor, edema, equimose, hemartrose, derrame articular, limitação funcional, instabilidade ligamentar ou perda da extensão do joelho devido ao desvio da fratura.

Clinicamente, o paciente apresenta dor e derrame articular (joelho inchado) com graus variados de incapacidade funcional. O joelho pode estar bloqueado, sem que o paciente consiga esticá-lo totalmente.

Diagnóstico

É feito pelos exame básico de imagem, radiografia simples, que consegue visibilizar a fratura da eminência tibial.

As radiografias ajudam na confirmação do diagnóstico, ainda que a tomografia possa ser solicitada para avaliação da posição e do tamanho do fragmento da fratura. O reconhecimento precoce é importante, uma vez que, quanto mais precoce o osso e o ligamento forem colocados no lugar, melhor será o prognóstico.

Tratamento

O tratamento da fratura da eminência tibial ou por avulsão da espinha tibial busca, principalmente, a consolidação do osso no mesmo lugar de origem. Em alguns casos isso pode ser obtido sem cirurgia; em outros, a cirurgia pode se fazer necessária. No caso de fraturas instáveis, nas quais ela volta a se deslocar facilmente, pode-se indicar a fixação cirúrgica para permitir ao paciente a realização de exercícios precoces para a recuperação do movimento; isso é importante, entre outras coisas, para se evitar a rigidez articular. Assim sendo, como regra geral, o tratamento segue a seguinte orientação:

  • A fratura da eminência tibial do tipo I são tratadas com imobilização de perna por um período de 4 a 6 semanas, seguidas de uma reabilitação agressiva para evitar a rigidez do joelho.
  • Na fratura da eminência tibial tipo II, busca-se recolocar o fragmento deslocado no lugar original, o que pode ser feito por meio da extensão do joelho. Se uma redução aceitável for alcançada, o tratamento não cirúrgico deve ter continuidade. Estas fraturas devem ser acompanhadas de perto, devido ao risco de que o fragmento volte a se deslocar.Eventualmente, porém, a interposição de outros tecidos no leito da fratura pode impedir o adequado reposicionamento do fragmento. Nestes casos, deve-se optar pelo tratamento cirúrgico.
  • A fratura da eminência tibial tipo III devem ter indicação cirúrgica. Diferentes técnicas cirúrgicas foram descritas para o tratamento, envolvendo a fixação com fios ou parafusos. A cirurgia pode ser feita de forma aberta ou por vídeo (artroscopia). A indicação deve ser avaliada caso a caso e depende, entre outras coisas, do tamanho do fragmento.

Tratamento cirúrgico

fratura da eminência tibial

O tratamento cirúrgico da fratura da eminência tibial está indicado nas fraturas tipo III e IV, nas fraturas tipo II não redutíveis e nas fraturas tipo I com desvio tardio.

O tratamento cirúrgico pode ser:
1 – redução aberta e fixação interna.
2 – técnicas de fixação artroscópica com fios, parafusos ou âncoras.
​Cada método tem suas próprias vantagens e desvantagens e apresenta eficácia clínica diferente.

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