A Osteotomia do Joelho, especificamente do osso da tíbia (osteotomia da tíbia), se trata de um procedimento cirúrgico que pode ser recomendado caso o paciente apresente artrose de um, e apenas um, dos compartimentos do joelho. O termo “osteotomia” se refere ao corte do osso para uma correção do eixo do membro inferior, no caso do joelho, para alteração da área de pressão dentro do joelho.
Indicações de osteotomia da tíbia
Além da artrose unicompartimental medial, pode ser feita para outras patologias, como pós re-lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) em joelhos varos, como procedimento de “prevenção” para novas lesões, etc. Para que fique mais claro e elucidativo, repare nas figuras abaixo. Observe que o joelho apresenta dois compartimentos, um ao lado de fora da perna e outro ao lado de dentro. O procedimento envolve a remoção ou adição de uma cunha de osso para sua tíbia superior ou inferior fêmur, para ajudar a mudar o peso do corpo para fora da parte danificada de seu joelho.
A Osteotomia da Tíbia é mais comumente realizada em pessoas que podem ser consideradas muito jovens para uma substituição total do joelho. A substituição total do joelho por prótese de joelho tem a desvantagem de se desgastar muito mais rapidamente em pessoas com menos de 55 anos do que em pessoas com mais de 70 anos. Muitas pessoas que se submetem à Osteotomia de Joelho eventualmente precisarão de uma substituição total do joelho, ou Prótese do Joelho, geralmente cerca de 10 a 15 anos após a Osteotomia.
Inclui indivíduos com deformidade em varo associada a:
- Instabilidade do joelhocrônica;
- Lesões cartilaginosasfocais ou osteocondrais do na parte de dentro do joelho (onde se recebe maior parte do peso), quando existe indicação de procedimentos para reparação da cartilagem do tipo mosaicoplastia ou implante de condrócitos;
- Lesão do ligamento cruzado anteriorcrônica;
- Lesão meniscalcom ou sem indicação de transplante de menisco.
As contra-indicações para cirurgia de osteotomia de tíbia:
- Idade avançada (acima de 60 anos);
- Artrose sintomática em outro compartimento além do medial;
- Lesão do menisco lateral com indicação cirúrgica;
- Infecção articular prévia;
- Artrite reumatóide e outras artrites inflamatórias;
- Deformidade acentuada (acima de 20 graus);
- Rigidez articular (extensão menor que 10 graus ou flexão menor que 90 graus);
- Doenças como a obesidade mórbida, Diabetes, Tabagismo e Alcoolismo.
Como é feita a cirurgia de osteotomia da tíbia?
O sucesso da osteotomia de tíbia depende de três fatores: seleção adequada do paciente, planejamento meticuloso e técnica cirúrgica correta. O planejamento é realizado por meio da medida de onde se passa a maior parte do peso do paciente no joelho, calculado através de radiografias dos membros inferiores, incluindo desde o quadril até o tornozelo. Geralmente, calcula-se uma hipercorreção a fim de evitar recidiva da deformidade em varo.
Inicia sempre o procedimento realizando uma artroscopia para toalete da cavidade articular e tratamento de lesões do menisco medial. A seguir é realizada a osteotomia de tíbia (corte ósseo) da parte de dentro com serra sagital. A fixação da correção pode ser realizada com placa-calço tipo Puddu ou outros implantes desenvolvidos para essa finalidade. O controle radiográfico intra-operatório é realizado no final do procedimento cirúrgico. Nas correções maiores que 12,5 mm necessita-se do uso de enxerto ósseo que pode ser retirado da bacia do próprio paciente ou, preferencialmente pelo artificial.
Trata-se de uma retirada ou colocação de cunha na região do osso da tíbia ou fêmur para correção do eixo da perna e, consequente, diminuição da pressão aumentada sobre o compartimento com artrite / artrose.
Necessita de uma avaliação precisa da alteração do eixo da perna para acompanhar a evolução do ângulo de alteração e, caso opte pela cirurgia, usará este ângulo para retirar ou adicionar a cunha óssea de correção do eixo da perna (membro inferior).
As técnicas cirúrgicas incluem osteotomia com cunha de fechamento, osteotomia em cunha de abertura, osteotomia em domo, distração progressiva do calo e Chevron. Prefiro a Osteotomia com abertura progressiva do calo pois podemos controlar o resultado final com maior precisão.
Período pós-operatório de osteotomia de tíbia
Em geral, solicito que o paciente utilize de muletas por pelo menos 6 semanas,que vai sendo retirada de maneira progressiva à medida que a dor desaparece, sendo que a capacidade de deambulação com carga total, sem o auxílio de muletas, é a melhor indicação da consolidação da osteotomia, que geralmente ocorre totalmente e após 8 a 12 semanas.
Quando se deve operar?
A cirurgia de osteotomia da tíbia só deve ser indicada quando existe a certeza de que realmente há uma artrose e que a alteração do eixo do membro inferior irá melhorar os sintomas.
É possível retornar aos esportes?
Sim. Porém, tem de ser muito gradual e algum desconforto ou dor pode persistir e comprometer a performance. Os fatores responsáveis pelo retorno ao esporte incluem:
- Fisioterapia de excelência pré e pós-operatória;
- Fortalecimento e reequilíbrio muscular;
- Ganho sensório-motor adequado (propriocepção e pliometria);
- Utilização de recursos biológicos associados como a infiltração com ácido hialurônico (viscossuplementação).
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