A instabilidade da patela envolve a saída da patela, antigamente conhecida como rótula, é o osso da frente do joelho, responsável pela transmissão da força da musculatura da coxa da tróclea. Em algumas situações, esse osso pode se deslocar para fora de seu local normal, a chamada luxação da patela.
São aquelas situações onde a patela luxa ou sai do lugar e podem estar associadas a alterações predisponentes a instabilidade da patela na anatomia do joelho ou por motivo traumático.
Fatores de risco para instabilidade da patela
Em relação às alterações anatômicas que predispõe a instabilidade da patela, estas costumam estar presentes já na infância ou adolescência, podendo estar relacionadas com alterações ósseas, musculares ou ligamentares ou então todas elas em conjunto fazendo com que a patela saia frequentemente da sua posição (luxações habituais ou instabilidade maior), que tenha saído pelo menos uma vez (instabilidade objetiva) ou tenha uma tendência a sair sem nunca ter saído (instabilidade potencial).
- UmVMO (Vastus correspondiam ao pescoço obliquis) fraco: Este músculo que faz parte do quadríceps e que se encarrega de manter a bola em sua posição, no movimento, pode aumentar o risco de luxação de patela se você não é forte o suficiente ou suas fibras não são devidamente orientadas.
- Pés planos: Esta patologia ocorre desalinhamentos em todo o corpo, e isto supõe que a bola possa deslocar-se ou até sair fora de sua cavidade.
- Umângulo femoral (ou ângulo Q) maiorque o normal: Este transtorno pode fazer com que ambos os joelhos estão muito juntas e que, ao estender a perna, o joelho para fora, aumentando o risco de luxação.
Em todos os casos os pacientes têm em maior ou menor grau a tendência à dor ou sensação de insegurança sendo um motivo frequente de consulta com o ortopedista.
Como ocorre a luxação da patela?
Para entender como ocorre a luxação, primeiro devemos saber que a patela é um osso encarregado deproteger o joelhoe de unir o quadríceps, o que permite que possamosdobrar e estender o joelho. Vendo a importância que a patela tem para o nosso movimento não é de surpreender a quantidade de lesões nesta área, ainda mais, a luxação, que ocorre quando a bola semove ou se sai por completo de sua própria cavidade, na Instabilidade da Patela.
Por norma geral, a luxação da patela é causada por um forte trauma que faz com que esta se desloque de sua posição habitual, o que conhecemos como luxação direta.
Tratamentos para instabilidade da patela
Na instabilidade da patela primária não é indicado tratamento operatório, deve ser feito a redução da patela, como imobilização e repouso. Após é necessário reabilitação fisioterápica, repouso e reforço muscular e proprioceptivo dos membros inferiores.
Depois deve continuar com um trabalho de prevenção.
Tratamento cirúrgico para instabilidade patelar (luxação de patela)
Na instabilidade da patela maior, a indicação cirúrgica é absoluta, pois luxações recorrentes provocam lesão na cartilagem do joelho. A indicação da cirurgia é relativa dependendo dos sintomas e da evolução do tratamento conservador que é feito com fisioterapia. Quando há indicação cirúrgica é importante que seja feito um diagnóstico dos fatores predisponentes para a luxação com correção adequada que pode envolver procedimentos em ossos, músculos ou ligamentos e para tanto é muito importante a experiência do cirurgião no exame clínico assim como na interpretação dos exames complementares.
O tratamento cirúrgico é recomendado para os pacientes que apresentam luxação recorrente (2 ou mais luxações) ou em casos de grande instabilidade.
Reconstrução do ligamento femoropatelar medial (LPFM)
O ligamento femoropatelar medial (LPFM) puxa a rótula em direção ao interior da perna. Quando o ligamento está fraco ou danificado, a rótula pode se deslocar parte de fora do joelho.
A reconstrução do LPFM é uma cirurgia artroscópica envolvendo 3 pequenas incisões. Nesta operação, o ligamento é reconstruído usando um pequeno pedaço de tendão retirado do seu próprio músculo isquiotibial ou de um doador. Demora cerca de uma hora. Você costuma voltar para casa no dia seguinte e poderá caminhar com o auxílio de muletas.
A fisioterapia é iniciada no primeiro dia após a cirurgia. A maioria das pessoas pode retomar esportes e praticar atividades de quatro a sete meses após a reconstrução do LPFM.
Transferência de tuberosidade Anterior da Tíbia
A tíbia é outro nome para o osso da canela. A tuberosidade anterior da tibial (TAT) é uma elevação longa, ou protuberância, na tíbia logo abaixo do joelho.
Algumas pessoas apresentam uma lateralizarão desta tuberosidade o que contribuiu para a luxação patelar.
A operação de transferência da tuberosidade anterior da tibial requer uma incisão de cerca de cinco centímetros acima do osso da canela. Nesta operação, o especialista em joelho transfere um pequeno pedaço da tuberosidade da tíbia para melhorar a fixação do tendão. Isso ajuda a rótula a se mover corretamente em seu sulco.
O cirurgião ortopédico colocará um ou dois parafusos para prender o pedaço de osso que é transferido. A operação leva cerca de uma hora.
Você receberá muletas e uma tala no joelho para usar por seis semanas após a cirurgia. Depois disso, a fisioterapia começa. A maioria das pessoas consegue voltar ao trabalho ou à escola duas semanas após a cirurgia. Demora cerca de nove meses para você voltar ao esporte.
Liberação lateral
Até cerca de 10 anos atrás, a liberação lateral era o tratamento cirúrgico padrão para luxação patelar, porém, hoje em dia, é raro porque aumenta o risco de recorrência de instabilidade na rótula.
Nesse procedimento, os ligamentos do lado de fora do joelho são parcialmente cortados por meio da artroscopia para impedir que eles puxem a rótula para o lado.
Trocleoplastia
Praticamente todos os pacientes com luxação da patela apresentam uma tróclea rasa a qual, em teoria, poderia ser corrigida pelo procedimento de trocleoplastia. O procedimento é, porém, bastante agressivo, e também não resultará em uma tróclea normal, de forma que a indicação para a cirurgia não é consenso entre ortopedistas especistas em joelho.
A grande maioria dos pacientes apresentam displasia nos graus mais leves (Tipos A e B) e são capazes de manter a função normal do joelho mesmo com uma tróclea rasa, uma vez que o alinhamento da patela esteja adequado e o Ligamento Patelofemoral Medial seja suficiente.
A trocleoplastia fica reservada aos casos mais graves de displasia da tróclea, no tipo D da classificação de Dejour e, eventualmente, no tipo C. Estes representam a menor parte dos casos de luxação da patela.
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