Patela bipartida
A patela se origina à partir de um molde de cartilagem com um único núcleo de ossificação, chamado “centro primário de ossificação”, que aparece na idade dos 4 a 6 anos, podendo ter um núcleo secundário formando a Patela bipartida. Há também a possibilidade de existir um “centro secundário de ossificação”, que aparece entre 8 e 12 anos de idade. A patela bipartida se forma quando o centro secundário de ossificação não se funde com o primário para formar um osso único e persiste um fragmento ósseo separado do restante da patela por meio de fibrocartilagem.
A patela bipartida é uma alteração congênita, onde existe um defeito na fusão de parte do osso. Normalmente é assintomática, sendo descoberta de forma incidental (ao realizar um exame do joelho por outro motivo) e raramente necessita de tratamento. Ocorre em 2-3% da população, sendo bilateral em 50% dos pacientes afetados e habitualmente acometendo a porção superolateral da patela.
Com frequência, os pacientes descobrem que possuem uma patela bipartida ao procurarem o pronto-socorro por uma lesão no joelho (pancada, torção, etc.). Na radiografia podem ter a impressão de que existe uma fratura da patela, porém o olhar atento do ortopedista saberá tranquilamente diferenciar estas duas condições.
Origem da Patela bipartida
Uma das teorias para explicar o aparecimento da PATELA BIPARTIDA é a força exercida pelo tendão do músculo vasto lateral sobre o fragmento, impedindo-o de se unir com a porção principal da patela. Outros autores consideram haver uma pobre vascularização e nutrição do osso acessório, o que impediria sua ossificação com o restante da patela.
Incidência
A frequência de aparecimento da PATELA BIPARTIDA na população geral é de 2 a 3%, sem predileção pelo sexo e pode ser bilateral em aproximadamente 50% dos casos.
Sintomatologia
Geralmente, a PATELA BIPARTIDA não dá sintomas, sendo frequentemente um achado de exame radiográfico, entretanto, nos adolescentes e adultos jovens, pode ser causa de dor anterior do joelho.
A dor é bastante incomum na patela bipartida; quando presente, normalmente é causada por uso excessivo da articulação (sobrepeso, esporte) ou por um trauma direto no local. Nestes casos, a restrição e adaptação das atividades físicas, medicações analgésicas e eventualmente imobilização do joelho são suficientes para aliviar o quadro da maioria dos pacientes.
Seguimento
O tecido de fibrocartilagem localizado entre o osso principal da patela e o osso acessório pode sofrer os efeitos de um impacto direto isolado, ou de pequenas lesões de repetição após atividades físicas extenuantes ou longos períodos praticando esportes.
O exame físico revela dor na região superior e lateral da patela. Podemos palpar uma proeminência óssea, um defeito, uma patela de tamanho maior, um derrame (volume de líquido articular aumentado) e uma hipotrofia do quadríceps.
Os exames de imagem como: radiografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética e a cintilografia óssea, contribuem na investigação diagnóstica.
O tratamento inicial se baseia no controle da dor com medicação analgésica e antinflamatória sob prescrição médica, repouso relativo (interrupção das situações de impacto) e fisioterapia.
O tratamento cirúrgico é indicado quando ocorre falha no tratamento conservador. As opções abrangem desde a remoção cirúrgica do fragmento ósseo acessório, até o destacamento do músculo vasto lateral de sua inserção no fragmento, promovendo alivio da dor e também sinais de união óssea em alguns pacientes.
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